segunda-feira, 22 de junho de 2009

Meu querido amor,

eu vi você hoje e foi inevitável lembrar de tudo que foi bom, mesmo sabendo que não tínhamos mais chances. Tenho outros olhos para você agora. O amor nunca morre e ouvi você dizer: tive meus melhores e piores dias com você! Também tive meus melhores e piores dias com você. Olhamos um para o outro com um amor tão diferente daquele de tempos atrás, um amor saudável. Mesmo sabendo que nossos corpos não estão juntos, mesmo perante as lágrimas. Se pudesse ter sido sempre assim... gostei de ouvir que voaríamos separados e, quem sabe, nossos vôos se encontrariam... quem sabe, não é? A vida é uma caixa de surpresas. O amor é eterno. Apenas se transforma a medida que não sabemos como amar.
As diferenças transmutam os sentimentos por algum tempo. Não adianta se perguntar o que poderia ter sido feito de diferente porque acho que fizemos tudo que poderíamos. Você fez. Eu fiz. Não entendemos a dinâmica de estar juntos e com pesar descolamos os corpos e as bocas. Para sempre, vou amar você no meu coração. Eu sei que é melhor deste jeito como estamos do que antes, matando aos poucos o que sentíamos um pelo outro. Eu gostaria de falar mais de amor porque amar é divino, é bom e é perfeito. Não é o momento agora, meu querido. Agora, estamos sem chão e teto. Perdemos o sonho e a gravidade. Encontramos outras pessoas agora.
Voe, então, meu amor, porque vou me permitir voar também para, quem sabe, tocarmos as pontas das asas em outras paragens e de outras formas.

sábado, 20 de junho de 2009

Manhã de vida

Oi,
amor, hoje, eu não estou tão bem assim. Olho o sol, o céu absolutamente azul com algumas poucas nuvens e sinto um desalento não tão profundo, mas, ele paira sobre mim de forma contundente. Deve ser esta minha sensibilidade estranha às coisas do mundo. Tanta coisa aconteceu nestes últimos tempos e tantas dúvidas assolam a alma. Coisas que o tempo cura e é assim que a vida passa. Um tempo depois do outro. Eu diria mais: um inferno depois do outro. Mas, meus infernos estão menores e cada dia mais distantes. Certo, vou falar de coisas mais amenas. Para que falar de inferno se quero falar de amor, certo?
Estou com saudades de... não posso dizer de você. Afinal, eu conheço seus olhos apenas, este jeito contundente com que seus olhos tentam mergulhar nos meus, perscrutando minha alma de um jeito como nunca antes aconteceu. O que você deseja nesse ínterim? Pergunte! Eu respondo. Sempre respondo às perguntas que me fazem. Não gosto de fazer jogo, só de brincadeiras e não é sempre. Também deixo a critério da Divina Providência. Tenho gostado mais das surpresas que a vida tem trazido. Aliás, tem sido dias de bonança, um verão tão gostoso em dias de inverno. Às vezes, tenho vontade de ir de novo à beira do lago de manhã só para ficar ali, vendo o sol nascer, nem é tanto para te ver mas é repetir aquela manhã e tendo em minha mente a voz do Leoni cantando Fotografia! Queria voltar lá e ficar quieta vendo o sol nascer no píer... e você estava lá. Foi uma gota de água mágica, aquela gota que cai belamente num rio e balança água em círculos perfeitos e redondos. Era um botão de rosa nascendo no meio de um jardim de coisas belas. Dias perfeitos não se repetem da mesma forma, não é? Que pena!
Outros dias virão, eu sei. Eu quero um dia no Mediterrâneo. Eu me vejo agora em um peculiar hotel em uma praia grega de frente para o mar azul, banhada em sol. Quero sol na minha vida. Talvez, nesses próximos dias, estique a toalha e pegue muito sol e fique bem morena. Preciso beber sol e vida, mas, eu queria me isolar também, longe das pessoas. Será que eu poderia ir lá só para ficar no sol? Nem precisa me dar atenção. Não quero sua atenção. Eu quero é olhar a vida, meditar e sentir o calor invadir a pele em cada poro. Eu sei que posso fazer isso em outros lugares e, talvez, eu até faça, acordar às seis da manhã e ir para a beira do lago e observar, esperando observar você nas águas pela manhã... quem sabe? Nossos olhos se encontrariam à distância, você me veria sentada no píer e eu veria você no lago e saberíamos quem éramos como Tristão e Isolda no seu triste fim. Tristão sabia que Isolda se aproximava... nada tão trágico, lógico. Cansei de amores trágicos e interrompidos.
É, raio de sol, você já se tornou um dos habitantes do meu coração. Percebo que você não quer habitar o que ofereço. Então, é como eu disse outro dia: você está livre. Seja feliz e é, por isso, que vou apenas sonhar em estar em um píer, admirando o espelho de água do lago e você lá. De qualquer forma, existem outros lugares para se ir às seis da manhã para olhar a manhã nascer e nossos olhares não irão se cruzar. Mas, a idéia romântica e tola é gostosa. Imaginar é uma bênção para nós, seres humanos!

beijo na sua alma,
uma manhã

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Oceano profundo

Mon petit ray of sunlight,

o que posso dizer que sinto por você neste momento? Sim, isto que disse, você torna a vida leve. Seus olhos me encaram cheios de perguntas que eu quero responder mas que só posso responder se você as disser. Eles me olham curiosos e eu sucumbo sem sequer lutar. Que poder estranho é este que você traz em seu ser que me faz falecer sem lutar? Sem sequer pegar em armas ardilosas que trago em mim? Não posso dizer que já caí na armadilha da paixão porque eu sei quando isso acontece e sei que você odiaria que isso acontecesse. Acredite em mim! Eu sou como toda mulher idiota e apaixonada... até estou no papel de mulher idiota, de certa forma. Mas, neste momento, o melhor é me manter distante, observando o mundo da ponta do teatro a mim reservada, lá do alto.
Eu quero viver a vida o máximo possível e sua doçura me deu doçura na alma, no ser, fez eu brilhar sem eu sequer soubesse que tinha brilho. Cada detalhe que lembro é como suspirar, vir à tona e voltar ao mundo mergulhado e escuro do oceano de mim mesma. Copiei as palavras do meu diário para meu amigo e percebi que, mesmo perto de você, eu sou este oceano de matizes de todos os azuis. Eu quero ser como o Mediterrâneo: claro ao profundo marinho. Matizes gentis numa palheta de cores perfeitas. Eu quero ser assim. Se eu posso ver tamanha doçura em seu ser, talvez, seja porque eu sou assim também, certo?
Meu querido raio de sol, deixo-o nesta noite fria, pois, Morfeu soprou-me seu pó.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Carta aberta aos amigos amados

Tem muita gente que não vejo há tempos. Saudades desses que sumiram pelos vórtices temporais, ficaram as lembranças boas, as idéias compartilhadas. Ficou saudade de alguns. Poucos, para dizer a verdade. Tem gente nova na vida que veio de longe no tempo e tem sido uma linda história de amor, que tem sido esteio, porto seguro, viagem segura e aventura perfeita. Por que não falar tudo numa carta para estes que nos acompanham em momentos de perda e de ganhos? Tem uns que preferem nem saber se estamos feridos, já dizem logo sem perda de tempo. Estes têm meu mais profundo respeito, afinal, honestidade nos dias de hoje é artigo raro e de luxo encontrado em brechós finos nos pontos altos da cidade. Aprecio essa autenticidade que, para uns, pode parecer tosca. Prefiro assim, meus neurônios não sabem ler bem quando estou dando fora. Razão que quis me tornar ermitão mas nunca consegui viver sem ninguém.
Tem as amigas que viram confidentes, quase como se fôssemos adolescentes fofocando e dizendo coisas indizíveis a qualquer outro ser humano! Amigas do peito, de coração, que trazem alento, colo, chá. Tantas coisas diversas e maravilhosas que o contato com outro ser humano nos permite! Às vezes, o roçar de dedos diz tudo, um aperto de mão dado num choro como o de ontem. É o porto seguro, é a paragem da vida, é saber que a roda gira e estamos todos nela, vivos, rodopiantes, alegres! Amigos também são valorosos e merecem palavras de amor. Acima dos amantes, os amigos, pois, são eles que nos emprestam os ombros, que nos permitem chorar (ou não), que nos dão limites, que se preocupam e que nos alimentam de carinho. Os amantes não são certeza nem portos seguros, são passagens, lindas pontes que podem ser construídas para serem destruídas seja pela força da natureza seja pela força de nós mesmos. Amigos... não, os amigos são formações precisas, perfeitas e dentro de cada imperfeição nasce uma peculiaridade que nos une em manifestado carinho!
Que seria de nós sem nossos preciosos tesouros? Eu os guardo em caixas de jóia, cada um em delicado envólucro de veludo para que possa ser delicadamente tratado. Eu erro também embora os ame todos. Eu quero a felicidade destes amigos porque eles têm feito parte da minha vida em luto ou em glória, porque estão ali faça chuva ou sol, mesmo quando não querem ouvir sobre meu pesar, de alguma forma, oferecem o que podem. São seres humanos únicos, meus seres humanos únicos! Pessoas que permanecem comigo porque querem, não por pena, não por interesse porque tudo que tenho a oferecer é a mim mesma, meu jeito tresloucado de ser! Também minha paciência e minha credulidade ingênua de que todas as pessoas sem exceção são boas. Portanto, meus amigos, amo vocês de coração e peito aberto!

Outras paragens

Acho peculiar o modo como as palavras que trocamos me fazem entender mais do meu mundo, fazem com que eu me perceba e cresça em silêncio como uma planta que desponta na terra sem que o mundo saiba de sua existência. Há uns poucos dias, você me disse que ficava com alguém porque a pessoa passava por problemas. Eu tive vontade de rir e ao longo desses dias, fui percebendo que ninguém ficou comigo enquanto meu coração se dilacerava em minhas dores profundas, quando eu precisava de acolhimento eu ouvia o silêncio e deixava a dor se fazer presente. As pessoas iam embora assustadas com que viam, talvez. No entanto, você me deu uma pista de que sou uma fortaleza, a certeza exata de que eu posso superar os desafios e que nunca precisei de ninguém para me segurar.
Apenas me permiti isso agora sem as minhas armas porque era algo que quis experimentar, era algo pelo qual minha alma ansiava mesmo sabendo que as lanças e as flechas de Cupido estavam apontadas para mim. Faz parte da vida arriscar e faço isso, agora, timidamente, deixando a ampulheta correr com delicadeza. Nem fico observando a areia cair pela estreita passagem. Virei e a deixei lá para o mágico me avisar a hora de virar novamente e deixar Cronos estar presente. Com orgulho, eu posso dizer que estive em estranhas paragens do reino de Hades, o senhor dos infernos para os gregos. Lógico que saí com algumas feridas profundas, venenos me consumiram ao longo dos anos de passagem. Lá, Cronos é cruel. O Senhor do Tempo faz com que cada grão de areia caia infinitamente devagar. O que importa é que as portas do Hades estão para trás. É tão recompensador enfrentar ao invés de fugir como eu fiz! Eu não sabia como fazer, aprendi há pouco que é importante saber onde está o limite de nós mesmos. Nenhuma dor deve ser suportada para sempre. Não fomos feitos para isso. A dor deve ser vivida para ficar para trás. Será um pedaço de nós, querido, e nos transforma naquilo que somos. Eu não mudaria nada do que vivi. Apesar de tudo, meu coração voltou para o lugar certo.
As palavras ecoam em mim e agradeço a cadda uma das pessoas que se foram porque pude me tornar fortaleza. Agora, eu sei que posso enfrentar qualquer coisa porque você me mostrou que ninguém teve pena de mim e as pessoas foram corajosas por me largarem como se faz com um peso morto e eu era isso mesmo: muito pesada! Agora, eu me sinto como um herói mítico, que passou por suas tarefas com sucesso e que tem lá suas cicatrizes, mas, que cumpriu tudo conforme as ordens dos deuses. Eu me colocarei no lugar da doce Psiquê, que cumpriu seus afazeres e teve ao seu lado para sempre o lindo Eros! É como na música que gosto: serei Anais Nin e você será Henry Miller e seremos felizes no final. Eu sei que fechei ciclos importantes. Percebi isso ontem no show em que fui. Encontrei o namorado pelo qual fui mais alucinada, apaixonada, louca... e ele não representava mais nada. Lembrei do meu primeiro beijo num baile de carnaval, do meu primeiro amor e eu chorei ouvindo Chico César. Onde está o meu amor? Esta resposta aos deuses pertence porque amor... bem, eu não sei o que é isso! Eis o que quero aprender agora: a amar para ser amada!

Divagações

Eu sonhei com você. Foi um sonho estranho. Lá estavam as pessoas me procurando no meu aniversário. Eu vestia uma saia e blusa claras e me escondia do mundo em tristeza grande e profunda. Então, tinha uma cama encostada em uma parede e você estava lindo com uma calça social e vestido como homem e se deitou atrás de mim e me abraçou em concha. Eu acordei ainda pensando nisso, neste momento de delírio, tentando interpretar este sonho como todos os outros que tenho. Resolvi que dessa vez eu só queria estar ali e pronto! Nada mais do que isso. Eu só queria sentir este suave deliciar-se em seus braços, mesmo tendo meus sentinelas ali.
Diante de tudo, você é um suave raio de sol que adentrou minhas janelas, pulou meus muros e traz um frescor primaveril. Eu uso de todos os armamentos que conheço para evitar a derrocada. Tento racionalizar toda a situação porque é o que eu faço para me proteger. Eu conheço o jogo bem demais e eu não queria ter que me proteger. A vida me fez assim: uma caçadora de corações, destruidora de almas. Mesmo que eu sofra, eu também sei causar estragos. Quero diminuir todos os impactos cruéis que minha presença causa, às vezes. Quero deixar o sol penetrar pela janela todas as manhãs.
Não posso dizer que morreria sem você em minha vida, pois, você é uma pausa doce, mágica, adorável. Eu vejo você como aquele instante que a gente comunga na natureza, eu me vejo flutuando em uma água, acima de mim, as árvores e o barulho da água. É assim que eu percebo estes instantes em que nos encontramos, em que meus olhos se perdem nos seus. Se é amor? Eu não sei dizer, mas, decidi ouvir o sussurrar da água e descansar flutuando em águas mansas porque é onde posso descansar no momento.

Sobre beijo

Um beijo é um momento efêmero, algo que perdura enquanto estiver na alma, enquanto a lembrança for presente. Nunca mais um primeiro beijo, apenas uma sucessão de muitos que vem a seguir na tentativa de resgatar aquele primeiro momento do encantar-se. Não importa se foi desajeitado ou perfeito, é aquele instante que se foi, apenas resgatado pela memória como algo mágico. Mesmo amaldiçoando o chiclete na boca, a estranheza do momento por ser inesperado.
Os pensamentos se perderam por um milésimo de segundo. É se perder para sempre na boca um do outro. O primeiro beijo é como o último beijo. A gente simplesmente sabe do que se trata com a diferença de que o último beijo é o fim, é como trancar a casa e deixar para trás todo um verão maravilhoso.
Tocar os lábios pela primeira vez é como jogar o corpo na água gelada em um dia de calor, uma vontade de permanecer de fininho. O tempo passa e fica o efêmero, o momento e já passou. Nem mesmo a sucessão de beijos que podem vir depois serão iguais ao instante que você ousou adentrar em mim em um pacto de alma. Eu queria mais... por ora, é melhor deixar assim.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

12.06.09

"Onde está o amor? Aquele momento em que o tempo pára e os olhos se cruzam? Eu acho que isso acaba com o tempo. Agora, eu sei de uma coisa: o amor (aquele de verdade) nunca acaba. Ele trespassa o tempo, transforma-se, vira outra coisa, ganha outra forma. É o que sinto por você, meu amor. Você desistiu de mim e eu entendi o quanto amo você. Você quis ser meu pai e se tornou alguém que quis me controlar e, então, eu encontrei a porta da rua e fugi para bem longe. Eu sei, sou uma dessas criaturas selvagens, que uivam para a lua, que para estar junto precisam estar verdadeiramente livres. Como eu amo você, meu amor! Eu vejo amor em seus olhos também e vejo sua dor como a minha dor. Estamos separados, mas, de verdade, juntos.
Criamos um hiato grande entre nós, algo tão intransponível que tivemos que separar nossos corpos e, agora, o mundo que criamos por mais tempestuoso que fosse está se desfazendo como todos os castelos de areia deixados pelo caminho. Sinto meus pés sangrarem por pisar em espinhos dolorosos. Eu me sinto como a pequena sereia que perdeu o status de sereia ao se apaixonar pelo príncipe. Ela perdeu tudo. Eu perdi tudo de mim mesma e para você. Eu quis demonstrar meu amor do meu jeito particular, dando tesouros e compartilhando coisas que você achava inútil. Eu colhia cacos de vidro como se fossem diamantes, tal qual uma pequena criança que fica fascinada com conchas do mar ou qualquer outra besteira, mas meus diamantes eram os cacos de vidro para você! Sem importância alguma... Em algum momento, outras coisas cresceram em mim e eu não conseguia mais enxergar em você o homem que havia ido me buscar, um dia.
O tempo não volta e eu sei que cresci neste instante. Tarde demais, mas, cresci. Desejo tanto sua felicidade, que o amor encontre seu coração, que outra pessoa faça você brilhar como você merece! Não desejo nada mais do que sua felicidade, sucesso, grandiosidade. Nunca desejei com tanta força uma fada madrinha para consertar nossos corações que se quebraram, para juntar todos os cacos e para poder começar tudo de novo! Quem sabe, um dia?