Palhinha do livro biográfico da Lu. Quem quiser comprar quando ficar pronto, dá um toque:
“Oi, V.,
Eu não sei porque estou tão triste com sua indiferença e desprezo. Porque você sempre me tratou assim? Eu ia levando porque você é muito bom na arte de fazer sexo, talvez não exista ninguém igual.
Sabe, não é que eu esteja deslumbrada, é que você gosta tanto que aquele momento pra você é sagrado e você passa isso para quem está contigo naquele momento, fica uma pessoa serena. Vai ser difícil eu esquecer suas mãos tão delicadas e gentis e aquele negócio seu!
Sabe, V., foi a única coisa que você me deu. E eu estou assim, não consigo rir, cantar, tomar banho, trabalhar nem falar com ninguém, só quero ficar sozinha com a grande companhia de sempre, minhas músicas preferidas, que são as músicas da banda de Madre Deus. Haja o que houver. É horrível, pungente, dilacerante o que estou sentindo por você e você fez por mim, por isso que eu digo que o que eu sinto por você é muito ruim, mas vai passar, porque você não merece, nunca me tratou com carinho, a única vez foi no segundo encontro, na frente do meu trabalho, que você passou a sua mão no meu rosto e me falou pra que eu deixasse você me cheirar. Eu achei mágico, lindo, beijamo-nos duas vezes, um nesse dia e a outra dia no dia em que você foi embora, em frente da escola de natação na L2. Isso é muito doido!
Porque você me via na rua e fingia que não via? Como uma vez no estacionamento ao lado da Clínica da Mama. Das vezes que você me via na rua e eu estava sozinha, aí você olhava para todos os lados e não tinha ninguém. Aí, sim, você parava o carro e falava as seguintes palavras: Entra aqui, pega aqui e chupa!
Neste um ano e cinco meses, nunca ficou 35 minutos comigo, nunca me perguntou “Oi, Lu, tudo bem com você?” ou “Boa-noite”. Nem me ligou para dizer bom-dia, sempre me tratou com muita hostilidade e eu deixei de ser, fiquei mentindo. Fico ligando para ouvir sua voz, choro o tempo todo, já briguei na escola, eu estou tão triste que quero até morrer e o pior é que outro dia você desligou o celular para que eu não ligasse e quando eu ligo você não me retorna.
Mas eu sei que você nunca contribuiu para que isso estivesse acontecendo, porque eu sei que entre mim e você jamais poderia haver alguma coisa. Somos de mundos diferentes e de qualquer maneira ia acabar acontecendo assim.
Mas valeu a pena esse sentimento, apesar de não ter sido correspondido, eu tenho que te agradecer por ter me feito sentir isso. Você nunca sentiu isso por mim? E pra você ver que valeu a pena leia isso:
“Ame profundamente e com paixão. Você pode se ferir, mas é o único meio de viver uma vida completa”.
