quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Respostas

Queria rasgar o coração com as palavras presas em mim, deixá-las livres para alcançar você. Apenas faço isso no silêncio da alma porquesou covarde em mandar poesias e cartas desvelando as sutilezas do sentir.
Talvez, vá ser um destes arrependimentos amargos. Talvez, não. Minha ousadia morreu porque a brincadeira ficou séria. A coragem só se faz presente quando sei que afugentarei o oponente. A sensação que tenho é que eu consegui, de novo, de que falei demais, como sempre.
Mas, tem coisas que, se guardadas por tempo demais no peito, nos afogam e morremos aos poucos, congelados e no fundo de nós mesmos.
Passei dos seus limites. Mas, dos meus desatinos havia passado há tanto. Converso sozinha com as estrelas em busca de respostas. Escrevo declarações torpes no vapor do vidro durante o banho quente. Faço as perguntas, que não ouso fomentar, para o vazio. Existem palavras berrando para sair.
Deixo-as na gaiola para que evitem confusões desnecessárias e, ainda assim, elas deram um jeito de abrir a portinhola e desgarraram-se. Queria gritar para o mundo o que sinto. Elas me pedem pela liberdade e temo. Afasto-me delas por medo de que quando proferidas façam você partir.
Sabe, é a primeira vez que seguro um coração como se fosse feito de fragilidade. 
Sempre disse que queria ter a capacidade de dar um beijo em seu peito e suturar as feridas. 
Pela primeira vez, não medi as palavras... Elas escapuliram de mim. Mas, quer saber? Não troco nada. Saber que você existe mudou meu coração, descongelou meu reino. Não posso voltar atrás. Queria contar como foi tudo, mas guardarei para quem quiser ouvir meu coração.
As palavras fúlgidas fizeram por mim o que eu mais temia. Agora, é tarde para voltar atrás. Agora, parte da verdade está exposta como a terra desnudada pelo amanhecer. Se eu gostaria de voltar atrás? Um pouco! Pois, acho que perdi você... Agora, bem, agora,é lidar com o que se faz presente. Vou gritar as palavras em outro lugar.

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